São Paulo lança aplicativo mobizapSP com taxa menor para motoristas e sem cobrança extra em horário de pico

Por Joel Cirilo Barakah em 10/03/2023 às 12:13:16
Secretário de Mobilidade e Trânsito da capital afirma que iniciativa pretende ser um 'elemento regulador do mercado' de transporte de passageiros por apps. Serviços começarão com o cadastro de ao menos 10 mil. Aplicativo mobizapSP funcionará em viagens a partir da capital paulista

Divulgação

A Prefeitura de São Paulo lançou nesta quinta-feira (9) o aplicativo mobizapSP para o transporte de passageiros na capital paulista. Motoristas e passageiros podem se cadastrar desde as 11h.

A taxa cobrada do motorista por cada corrida será de 10,95%, menor do que as que são descontadas pelas empresas privadas, como Uber e 99.

Não haverá cobrança de tarifa dinâmica em horários de pico, o que mantém o valor padrão pago pelos passageiros.

Já dá para baixar o aplicativo nas lojas virtuais para aparelhos celulares que usam sistemas Android e Apple, mas ainda não é possível utilizá-lo.

Para o aplicativo começar a operar, é preciso da inscrição de 10 a 12 mil motoristas, segundo a empresa responsável pela administração do consórcio vencedor da licitação, a Consulix Tecnologia.

Até as 17h desta quinta, foram cadastrados 323 motoristas pelo aplicativo e 7.700 pessoas pelo site. Para fazer a inscrição, acesse: https://mobizapsp.com.br/

"Em torno de 10 a 12 mil [a gente deve] deve 'startar 'a corrida inaugural, fazer força para aumentar a capilaridade. Temos 540 mil motoristas de aplicativo na cidade de São Paulo, 150 mil são ativos de fato", disse Thiago Hidalgo, CEO da Consulix.

A licitação para o funcionamento do app tem duração de cinco anos e, de acordo com os responsáveis, a taxa de cobrança dos motoristas será mantida inalterada até o fim, sem correção pela inflação de cada ano.

Os passageiros poderão pagar com cartões de crédito e débito ou carteira digital dentro da plataforma, além de pagamento com dinheiro. Caberá ao motorista optar por aceitar ou não corridas neste último formato.

Segundo o secretário de Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito da metrópole, Ricardo Teixeira, a ideia é que o mobizapSP funcione como um "elemento regulador do mercado" de transporte de passageiros por aplicativo.

"A plataforma a partir 11h está no ar, motoristas têm que vir pra cá. Está nascendo exponencialmente o produto e todas as viagens saem da cidade de São Paulo, um aplicativo que é municipal", afirmou, durante o lançamento do mobizapSP.

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Todos os passageiros terão de cadastrar CPF e foto para criarem o seu perfil no aplicativo. A segurança era uma das preocupações dos motoristas presentes no lançamento. Eles puderam questionar os responsáveis pela criação do mobizapSP.

Parte deles questionou se haverá um botão de pânico em que eles possam denunciar um possível perigo proporcionado por passageiro ou terceiro sem ter de falar com a polícia.

"Vai ter botão de pânico. Temos convênio da Prefeitura com a PM e já iniciamos tratativas de incluir esse serviço. Esperamos que isso não aconteça: clicou no botão, polícia tem que ter uma forma de te abordar sem ter que falar com o passageiro. E idem o passageiro também", disse o secretário Teixeira.

Em 2018, o então prefeito de São Paulo João Doria criou um aplicativo para taxistas, o SP Táxi, para ampliar a concorrência do setor com os aplicativos. A iniciativa não obteve o sucesso esperado.

Thiago Hidalgo, CEO da Consulix, em apresentação do mobizapSP

Arthur Stabile/g1 SP

Questionado sobre o SP Táxi e como o mobizapSP pode funcionar para não ter o mesmo fim, o vereador Marlon Luz, que trabalhou como motorista de Uber, disse que a nova iniciativa atende demandas que não eram previstas há 5 anos.

"Quando comparado, o SP Táxi surgiu exatamente na época dos primeiros apps de transporte, foi uma resposta dada pela Prefeitura para, de certa forma, ajudar os taxistas. Pela minha observação, não resolvia nenhum problema do taxista ou do passageiro, ao contrário do mobizapSP", disse o parlamentar.

Um dos presentes no lançamento era o motorista Douglas Barbosa Paulino, de 46 anos, cinco deles trabalhados com aplicativos. "A ideia é boa, vai da adesão dos motoristas, do público. Não sei como será a questão de propaganda. É difícil competir com o monopólio dos apps, é um monopólico com tarifas de 40, 50%", disse.

Para ele, o sucesso ou não da taxa cobrada dependerá do público. "O passageiro procura o mais barato. E se a tarifa for justa, o motorista faz a corrida. É a ideia deles, tirar o dinâmico e pagar uma tarifa justa. Ok, 10% é uma taxa excelente para um aplicativo", afirmou.

Fonte: G1

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