Guedes defende vacinação gratuita e voluntária

Por Joel Cirilo Barakah em 18/12/2020 às 12:38:28

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu nesta sexta-feira, 18, que a vacinação contra o novo coronavírus seja gratuita e voluntária. "O que o governo tem que fazer é disponibilizar todas as vacinas de forma gratuita para que qualquer brasileiro possa escolher a vacina que quer tomar, se quiser tomar", disse. Nesta quinta, 17, o Supremo Tribunal Federal determinou que a vacinação deve ser obrigatória, mas não forçada. O chefe da equipe econômica apontou a imunização da população como o "capítulo mais importante desta luta que não foi vencida" e afirmou que a vacina é fundamental para a retomada do crescimento do país. "Só é possível sustentar essa recuperação econômica, esse desafio, que é transformar a recuperação cíclica com base no consumo em retomada no crescimento sustentável com base em investimento, quando tivermos retorno seguro ao trabalho. E isso exige a vacinação em massa da população brasileira." O ministro disse que o governo ainda estuda se o aumento dos casos nas últimas semanas representa o repique da doença ou segunda onda. O Brasil voltou a registrar mais de mil mortes por dia, fato que não ocorria desde 15 de setembro.

Na última conversa com jornalistas antes de entrar de férias até o dia 8 de janeiro, o chefe da equipe econômica fez uma avaliação das ações da pasta neste ano e os principais desafios. Citando o aumento da arrecadação entre janeiro e fevereiro, Guedes afirmou que o Brasil estava decolando, quando foi abatido pela pandemia da Covid-19. Segundo o ministro, o governo federal já havia alinhado junto ao Congresso o encaminhamento das reformas tributária e administrativa, além de três versões da PEC do Pacto Federativo. A proposta no início do ano era aprovar as medidas antes das eleições para prefeitos e vereadores. "Tínhamos 15 semanas para mudar o país antes de entrarmos nas eleições municipais", afirmou. Guedes reiterou em diversos momentos que a pasta da Economia não desistiu da agenda de reformas por conta da pandemia, mas que a emergência sanitária forçou o governo a tomar um "giro de 180 graus" para redefinir prioridades. "Mesmo durante o combate à pandemia, nós não abandonamos a ideia de que as reformas precisavam continuar. Quando soltamos recursos para estados e municípios, exigíamos a contrapartida de que esse aumento transitório com saúde não se tornasse aumento permanente ou do funcionalismo."

Guedes também afirmou que o ministério da Economia pressionou a pasta da Saúde para encaminhar mais recursos para o combate à Covid-19, mas que a equipe de Luiz Henrique Mandetta pediu para diminuir o ritmo porque não estava dando conta de processar todos os valores. O ministro falou que o governo despendeu de mais de R$ 600 bilhões de gastos primários para fazer frente à crise sanitária, sendo aproximadamente R$ 320 bilhões para o pagamento do auxílio emergencial. Outros R$ 60 bilhões foram destinados para estados e municípios, e a mesma quantia foi dada para programas para evitar a demissão e preservação de empresas. "Foram 70% dos recursos para salvar vidas, e os outros 30% para linhas de crédito e preservação de empresas e empregos", afirmou o ministro.

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Fonte: JP

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