Guedes diz que vacina é fundamental para a economia e critica quem "sobe em cadáveres" por política

Por Joel Cirilo Barakah em 25/01/2021 às 16:31:13

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender nesta segunda-feira, 25, a imunização da população brasileira para a retomada da economia neste ano. Na primeira apresentação da pasta em 2021, Guedes afirmou que o governo federal está negociando a compra de imunizantes com diferentes fornecedores e disse, sem citar nomes, que tem “muita gente subindo em cadáveres para fazer política.” Assim como no ano passado, o ministrou associou a vacinação com a retomada dos empregos e o avanço dos indicadores econômicos. “A volta segura é importante, e a vacinação em massa é decisiva, é um fator crítico para o bom desempenho da economia logo à frente. […] O Brasil está tentando comprar realmente todas as vacinas. A crítica que tínhamos ficado com uma vacina simplesmente não cabe, sou testemunha do esforço logístico que está sendo feito. Muita gente está subindo em cadáveres para fazer política, isso não é bom. A população e os eleitores vão saber diferenciar isso lá na frente. Digo isso para quem estiver assumindo, não quero saber se é de um lado, se é do outro.”

A defesa da imunização já é encampada pelo chefe da equipe econômica desde o ano passado e destoa do discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que em diversas oportunidades colocou a eficácia dos imunizantes em dúvida e chegou a afirmar que não irá participar da campanha de vacinação. “A verdade é que estamos em um ano extraordinariamente sério, em um situação extraordinariamente difícil, e sempre houve essa perspectiva que a saúde e a economia andam juntas. Precisamos enfrentar esses dois desafios simultaneamente, com a vacinação em massa e o retorno seguro ao trabalho”, afirmou o ministro, que também deu os parabéns ao Instituto Butantan, que é parceiro do laboratório Sinovac na produção da CoronaVac, à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que representa a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em convênio com a AstraZeneca, além das forças armadas, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e aos profissionais da saúde.

Guedes abriu a apresentação da Receita Federal sobre a arrecadação com impostos e contribuições em 2020. Segundo dados do Ministério da Economia, o país somou R$ 1.526 trilhão, o montante mais baixo desde 2010. Apesar do resultado negativo, Guedes afirmou que o total está 3,75% abaixo do arrecadado no ano passado, o que reforça a sua tese de crescimento em “V” — quando há recuo brusco seguido de alta vertiginosa —, da economia brasileira após a crise da Covid-19. “Em janeiro de 2020, tivemos a maior arrecadação da história desde 2007. Em fevereiro, a segunda maior arrecadação desde 2007. Estávamos realmente começando a decolar quando fomos atingidos pela pandemia, e estamos voltando em "V'”, afirmou o ministro.

O chefe da equipe econômica também voltou a defender a necessidade da Câmara dos Deputados e Senado dar celeridade à agenda de reformas. “Vamos limpar as pautas logo na volta do Congresso, destravar o horizonte de investimentos, transformar esse empurrão na economia na base do consumo em uma retomada sustentável e de crescimento pela reformulação dos marcos regulatórios.” Guedes ainda afirmou que o Ministério da Economia atrasou os trâmites da reforma tributária para evitar o aumento de impostos. Neste trecho, o ministro alfinetou o governador João Doria (PSDB) pelo aumento de tributos estaduais. “Não somos um governo social democrata que vai aumentar impostos. Houve, por exemplo, uma tentativa de aumentar os impostos em São Paulo. Nós não aprovamos. Um das razões para atrasarmos a reforma tributária é porque não concordamos com o aumento de impostos”, afirmou.

Fonte: JP

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